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Ameaça de detenção esvazia protesto de ciclistas pelados no Recife

“Isso não é sem-vergonhice. Sem-vergonhice é o que nossos políticos estão fazendo conosco. Estamos dentro da legalidade fazendo um protesto previsto na Constituição”, disse o servidor público Henrique (não quis informar o sobrenome). Ele foi um dos poucos – mais precisamente oito – ciclistas que, até as 10h, estavam na concentração do polêmico “protesto dos pelados” na Rua da Aurora, bairro de Santo Amaro, Recife. De lá, eles pedalaram até o manifesto do Grito dos Excluídos e, no Marco Zero, encerraram o ato.

1094996_583982138330447_98047259_nOs que compareceram – não propriamente nus, mas trajando roupas íntimas ou de banho – culparam o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, de inibir outras 400 pessoas que, pela internet, haviam confirmado presença no evento. “Se ele quer prender quem fica seminu deveria ir à praia de Boa Viagem”, bravou o estudante Davi Holanda. Curiosos e imprensa representavam a maior parte do público presente ao lado do monumento Tortura Nunca Mais.
O Ministério Público de Pernambuco também havia alertado para a detenção de quem estivesse nu em locais públicos. “Não se trata de ameaça, mas vamos estar vigilantes. Está no código penal, é crime”, afirmou o procurador criminal José Lopes Filho na Rádio JC News.

O objetivo do ato, segundo foi anunciado na página do grupo do Facebook, é “problematizar a moral e a legalidade”. O debate é baseado no questionamento dos manifestantes sobre os tabus com uma imoralidade da nudez, afirmando que é mais imoral, por exemplo, a corrupção na política.

Mídia Corporativa: JC Online.